Antigamente, as pipas no Japão eram utilizadas principalmente em ritos religiosos. Ora empinavam-se pipas para afugentar os maus espíritos, ora para agradecer aos deuses pela boa colheita ou então para pedir boa saúde ou prosperidade.
Consta que as pipas serviam também para fins militares. Eram utilizadas, por exemplo, para veicular mensagens secretas ou mesmo para transportar comida e outros suprimentos aos defensores de castelos sitiados pelos inimigos. Pipas gigantescas povoam a imaginação dos japoneses desde tempos imemoriais. Diz uma lenda que, no século 12, o guerreiro Minamoto no Tametomo (um herói do famoso clã de Genji) foi exilado em uma ilha junto com seu filho criança.
Tametomo teria tentando teria tentado mandar seu filho de volta ao continente amarrando-o a uma enorme pipa. A fabricação de pipas desenvolveu-se no Japão de forma espantosa, graças à existência de papel de excelente qualidade, bambu e linho. Houve uma época, no entanto, em que o custo do papel era tão elevado que somente nobres tinham condições de ter pipas. Com o tempo, as pipas tornaram-se acessíveis a pessoas comuns e sua proliferação foi tamanha que, no século 17, o governo chegou a proibir que se empinassem pipas, sob a alegação de que atrapalhavam o tráfego. Apesar do declínio do número de artesões especializados na produção de pipas, o Japão ainda é considerado pelos entusiastas como a capital mundial das pipas, pela riqueza de seus formatos e desenhos.
Fonte: São Paulo Shimbun 20/01/2000
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